PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE

plano municipal de saúdeMaria de Belém veio a Matosinhos apadrinhar o lançamento e a posse dos participantes no Plano Municipal de Saúde, aprovado pela Câmara, aliás um anseio da presidente Luisa Salgueiro, aliás um dos seus grandes objectivos e que já os trouxe da sua actividade no Parlamento, no qual era figura importante da Comissão de Saúde, em representação do seu partido. Foi, portanto, um dos seus primeiros anseios que conseguiu concretizar no mandar como responsável autarca. Na introdução do documento diz-se que “é o primeiro dos cinco eixos estratégicos do plano que visa promover a saúde e prevenir a doença ao longo da vida e náo apenas durante a chamada velhice”.

O Plano Municipal de Saúde surgiu depois de um aturado conhecimento da realidade matosinhense, que não sendo brilhante é, no entanto, já de real valor, isto a avaliar pelos 62 parceiros, ligados às mais diversas instituições de Saúde e de Solidariedade Social. De relevo a a Bolsa de Cuidadores, grupo de voluntários que irá prestar cuidados de saúde ao domicílio a quem dele necessitar. Será um grupo de mulheres com mais de 55 anos de idade que serão as boas samaritanas  que o Município colocará ao dispor da comunidade necessitada.

A Câmara Municipal de Matosinhos irá disponibilizar 200 mil euros, sendo, no entanto uma parte comparticipada pelas famílias. 

Não é demasiado ousado afirmar que aquele valor será uma gota de água no oceano, dadas as necessidades não só de apoio curativo, mas também de possibilidades financeiras dos recebedores de cuidados. Mas, tenhamos esperança de melhores dias e já é de aplaudir o passo em frente que Luísa Salgueiro decidiu dar. FIca na agenda um trabalho mais valioso e necessário que serão os cuidados a ministrar à velhice abandonada ao destino, tal como se poderá, infelizmente, constatar. Os espaços de tratamento e acolhimento dos velhos sem protecção familiar, ou com esta muito reduzida, por força das mais diversas condicionantes, desde a habitação aos rendimentos, terão de ser em quantidade e qualidade que possa acudir a tantas solicitações. Precisa-se de um Plano Municipal de Apoio à Velhice  e neste deverão trabalhar todas as entidades que agora foram chamadas, mas essencialmente buscar-se a ajuda dos fazedores de riqueza de Matosinhos e do próprio Estado. Matosinhos tem valor material dentro das suas fronteiras que deve reverter umas gotas em favor daqueles que conseguiram ajudar a que essa riqueza seja um facto. O mecenato é preciso e a contribuição da população também.

Saúde-se a ajuda que aí virá com o Plano Municipal de Saúde, mas procure-se alicerces financeiros em todos os lados, mesmo numa administração autárquica mais severa nos custos.

Em primeiro lugar está a qualidade de vida.

SE PACHECO DE MIRANDA VIESSE CÁ ABAIXO…

Já toda a cidade e grande parte de Portugal sabem da exposição do António Miranda que estará patente no Museu da Misericórdia do Porto (Rua das Flores, 15) até 25 de Novembro, mostra que está a despertar o maior interesse em quem a visita e na possibilidade que há de avaliar e recordar a grande qualidade do humor do consagrado humorista, agora retirado do bulício citadino, num descanso do guerreiro. De se avaliar e recordar a força que o trabalho do Miranda teve na informação e na crítica e no realce que deu a imagem do “Jornal de Notícias” e que o tornou o JN do povo. No entanto, os responsáveis pela vida actual do único jornal da cidade do Porto decidiram valorizar tanto a exposição da enorme qualidade humana e profissional de quem o serviu, durante décadas, somando vitórias para a empresa. A notícia do evento mereceu somente uma referência de pouco mais de 800 caracteres, a duas colunas, com uma envergonhada imagem, num cantinho dos continuados do jornal.

Arre, a gente que tem a responsabilidade de gerir o JN não tem memória e não manda consultar o arquivo, a memória. Os chefes António Brochado, Manuel Ramos e outros, e principalmente o eterno director Manuel Pacheco de Miranda, se descessem lá de cima cá abaixo, fugiam de imediato para o mesmo lugar, perante tamanha afronta à dignidade de um jornal que eles tanto enalteceram.

O JN lembrou o grande António Miranda, uma referência de muitos anos do alto prestígio do jornal, como se tivesse de falar duma coisita vulgar de um qualquer Zé da Esquina.

Que tristeza!jn miranda 

 

A GALA DA NOSSA JUNTA

Já como vem sendo tradicional a agora União de Juntas de Freguesia de Matosinhos e Leça da Palmeira realiza uma Grande Gala, noite importante, com festa rija e fato domingueiro, juntando as associações do seu espaço autárquico, bem como os cidadãos da comunidade que se queiram inscrever, pagando. Este ano, mais uma edição, desta vez para galardoar, em momento do primeiro aniversário da posse do Executivo, as associações que tenham completado 50 ou 100 anos de existência, que são algumas e prestigiadas, embora na sua maioria a viverem uma época de divórcio com a comunidade. Foi uma festa bonita, segundo quem lá esteve. Muito bem. 

No entanto, esta iniciativa, perdoe-me caro presidente Pedro de Sousa, não posso deixar aqui uma crítica que pretendo seja construtiva. Não sou contra festas, abraços e discursos a propósito, mas tudo tem a sua oportunidade e quando o ambiente para a euforia é propício. E, segundo nos parece, não será o melhor, já que as associações não vivem o seu melhor momento, envolvidas num triste ostracismo por parte, sobretudo, dos seus associados. Nalguns casos as portas das sedes mal se abrem. É urgente olhar para esta situação e a Junta de Freguesia, de braço dado com a Câmara, terão de arranjar soluções para motivarem as colectividades, sensibilizando-as, através de programas-ajuda, para regressarem à vida que as mesmas já tiveram no decorrer de muitos anos, numa manifestação sadia de associativismo. Aqui, sim, vale a pena insistir, apostar.

Por outro lado, confessamos que damos muito mais valor às outras Uniões de Juntas existentes no concelho quando vemos imagens de tratamento de novos arruamentos e protecções à qualidade de vida das pessoas, cuidados especiais com parques infantis e todo um mundo de pequenas coisas que são grandes festas para as populações que servem. Também há festas, mas não apoiamos as manifestações de ostentação quando, como dia a nossa avó,  por cima tudo são rendas e por baixo nem fraldas há. Não queremos que corra espumante numa cidade porca. Venha a água e a higiene em primeiro lugar.

OS INESQUECÍVEIS…

Era um grande contingente dos “bate-chapas” responsáveis por o melhor dos jornalismos. Alguém escreveu, com garantia de certeza, que vale mais uma boa imagem do que mil palavras. E no nosso caminho profissional muito ficamos a dever à amizade dos nosso camaradas da área da fotografia e, sobretudo, ao seu valor como artistas do “flash”. Hoje a vida nos jornais é diferente e os jornalistas de imagem já trabalham mais divorciados de quem tem a tarefa de escrever, pois sem limite de “clickes” e no confidencial do seu computador envia o seu trabalho para os grandes chefes de Redacção. E, na passada quinta-feira, na abertura da exposição do cartunista António Miranda, lá estavam eles, também a relembrar o companheiro quase esquecido. O Paulo Coutinho duma nova geração e o velho Bruno Neves, uma bandeira do saudoso “O Primeiro de Janeiro”, que já no remanso de, como nós, estar a esperar pela “carta de chamada”, pegou na sua máquina, amante de muitos anos, e apareceu a “fazer bonecos”. Grande Nuno! Encostados a uma estante com maravilhas do Miranda, recordamos no Nuno muitos dos camaradas que  connosco trabalharam e nos ensinaram a resolver muitos dos problemas da profissão. Correndo o risco de nos esquecermos de alguns e de também não podermos a enumerar todos aqueles com quem convivemos profissionalmente, não esquecemos como o Ricardo Pereira, Simáo Freitas, David d’Almeida, António Fernandes, Orlando Soares, Manuel Ribeiro, Ricardo Jr., Paulo Santos, Lobo Pimentel Jr., Malacó, Óscar Saraiva, etc. Grandes senhores! E no abraço que te dei Nuno, agarrei todos os camaradas que como tu, comiam e dormiam com a máquina agarrada ao ombro.bruno e eu  

CADA VEZ MAIS PERTO DA META…FINAL

mimiAlguns, certamente poucos, irão percorrer os caracteres que a seguir iremos fazer desfilar. Um destes últimos dias fomos convidados para ir saudar o trabalho de um velho camarada de profissão e um homem que, tal como nós, arrima a existência desde os primeiros anos do 30 do séc. XX. Comparecemos para aplaudir a alta qualidade da arte de António Miranda, cartunista que foi dos melhores e que durante mais de meio século, um ser humano da melhor qualidade e que amava que ninguém o considerasse como tal, fugindo às saudações, aos louvores e aos abraços.Também não esteve na exposição de parte da sua obra (é autor de mais de 60 mil cartunes), pois já está afastado da vida, isolado lá longe dos olhares da cidade, carregando uma cruz de sofrimento de nem sempre o seu pensamento se atrelar à realidade. Vai vivendo o nosso mundo a espaços.

Os nossos olhos percorreram o espalhar do talento do Miranda pelo bonito e magestoso espaço do Museu da Santa Casa da Misericórdia do Porto. A nosso lado muitos cabelos brancos de gente do nosso tempo em que não havia tempo. Para qualquer lado que olhássemos lá parecia estar o Miranda, tentando não ser reconhecido. Era o jornalista e professor José Costa Carvalho quem se ouvia, ele que era o responsável a mil por cento pela realização da mostra e da homenagem. Estava eufórico, feliz e…cansado. Ele que, passados todos estes anos continuou a ser um leitor amigo do Miranda, não deixando que o nome do artista fosse esquecido, como parece ter acontecido com muita gente que não o deveria esquecer. O Costa Carvalho trouxe de novo o Miranda para a primeira página da cidade.

Sentimos nesta homenagem ao Miranda que a existência humana é curta,  muito curta. Ainda parece que foi ontem que olhávamos com a maior curiosidade para o cartune nas páginas do JN. O correr da vida é de vertigem. Sentimos isso na nossa carcaça de 84 anos de presença no mundo. Deixamos o espaço das maravilhas do Miranda e de também aplaudir o momento de alegria do também velho camarada que teve a responsabilidade de um amigo não ser esquecido, de certa forma cansados até pela emoção. Era já noite e tínhamos de calcorrear a distância entre a agora formosa Rua das Flores até lá ao cimo do Jardim da Cordoaria. Sim, lá mesmo acima e não sabíamos que fosse tão alto. As nossas pernas que já percorreram milhares de quilómetros e vão acusando – e de que maneira – a sua escassa resistência para novos esforços. Trepamos em sofrimento todas aquelas íngremes ruelas da velha Invicta, passo a passo, carregado de custo. As soleiras das portas das velhinhas casas do Porto antigo serviram-nos de vários descansos. Depois duma subida da rampa junto à antiga Cadeia do Porto (foi ali que há 61 anos fizemos exame de condução automóvel) nos surgiria a parede daquele edifício e a pedra que ali existe para nos esticarmos por já não conseguirmos levar a perna esquerda atrás da direita. Sentados, recordamos o esforço que para trás ficara. Acabara de realizar a minha obrigação de solidariedade para com velhos camaradas. Nós, igualmente velhos e cada vez mais com a certeza que a vida é uma vertigem.

Ainda ontem éramos meninos, jovens, homem agarrado a dia ao dia, a ter família e a pensar que a vida é eterna. Parece que foi ontem, parece. Mas tudo foi depressa. A meta final começa a divinhar-se no fim da corrida do tempo. A nossa cabeça foi disso avisada pelo amortiçar das pernas. Pois é, Miranda, o melhor é sorrir, tal como tu o fizeste o mundo sorrir. Não há outro remédio…

HUMOR COM AMOR SE PAGA

Está patente no Museu da Santa Casa da Misericórdia do Porto, na rua das Flores, a primeira grande exposição do cartunista Miranda, o qual, durante mais de 60 anos disse a verdade a sorrir, fazendo, sobretudo do Jornal de Notícias o seu grande público e permitindo que o jornal obtivesse ainda um maior êxito.

Ora, Miranda, pelo caminhar da vida começou a ter os seus problemas de saúde e, hoje, é um homem e grande artista esquecido no remando de um abrigo, lá longe daqueles que, dia após dia, procuravam os seus “bonecos”. Estava morto para o grande público, esquecido o grande traço e figura humana de Miranda. Mas houve alguém que é um dos maiores reagentes que conhecemos a tudo o que seja ingratidão e atirou-se a uma ciclópica tarefa de coligir mais de 60 mil trabalhos daquele artista e lutar, mas lutar a sério, sobretudo com aqueles que pareciam ter-se esquecido do Miranda, quando dcveriam ser os primeiros a dare um passo em frente,pois muitos deles sobreviveram também com o valor do homem da primeira página do JN. E o homem que, não sendo menino, mas sendo grato, reconhecido, se atirou à tarefa de colocar de pé uma grande exposição e quje estará patente até 25 de Novembro. Esse destemido amigo de Miranda, do jornalismos, da arte, é o jornalista e mestre de jornalismo José Costa Carvalho, a quem deixamos aqui o nosso reconhecimento, agradecendo-lhe e exaltando o seu trabalho. Costa Carvalho conseguiu atrair para o seu esforço não só a colaboração importante da Santa Casa da Misericórdia do Porto, através do seu provedor dr. António Tavares, bem como da Administração do BPI, da Fundação Eng. António de Almeida, ISMAI e Instituto Politécnico da Maia. Outros que poderiam e deveriam ajudar esqueceram o Miranda. E muitos, repetimos, que à sombra do artista.

Foi simples, mas bonita, a inauguração da exposição, com a presença das individualidades que permitiram a realização da  exposição, bem como do filho de Miranda, dr. Alberto Miranda. Todos usaram da palavra, mas quando José Costa Carvalho falou e serviu de cicerone dos trabalhos expostos, raiou um sol de satisfação naquele homem que, aos 84 anos, ainda tem força e entusiasmo para não deixar morrer a lembrança dos amigos e de fazer justiça à sua presença na vida.

Obrigado, Miranda, mas um enorme abraço ao Costa Carvalho por também não nos deixar desaparecer sem prestarmos homenagem aos grande nomes que acompanharam a nossa existência.

Vão ver a exposição. Vão gostar, vão recuar no tempo e dar valor a um jornalista que andou sempre à frente do tempo.

 

UM PEDIDO A LUISA SALGUEIRO

Não deveria ser necessário um pedido, mas pedindo e lembrando fica mais agradável o diálogo. O pedido é dirigido à presidente da Câmara, numa altura em que se tem em mãos a elaboração do Orçamento para 2019, decidir olhar doutra maneira para as actividades culturais e recreativas do concelho, pondo em movimento todas as associações. A Câmara Municipal e, sobretudo o seu pelouro da Cultura, não deverá ocupar o espaço das colectividades quase só proporcionando-lhe a presença no mundo das mais diversas modalidades a de simples espectador. É o pelouro da Cultura que organiza exposições, colóquios, conferências, concertos, arraiais, etc., como se não existissem associações locais com qualidade humana e artística para terem a responsabilidade de trabalharem para a sua comunidade, e ainda em face dos acontecimentos organizados directamente pelo Município, em muitos casos, serem mais aproveitados pelas populações vizinhas e não as locais.

A Câmara Municipal deve chamar a si as associações para que apresentem os seus programas de actividade, ao mesmo tempo que os responsáveis autárquicos devem desafiar aquelas a efectuarem um trabalho dirigido consoante as características de cada uma das colectividades. É que se assim não for cada vez mais a agonia do movimento associativo é mais pungente. Acresce, por outro lado, que a Câmara Municipal se pretender manter a iniciativa de alguns eventos, poderão os mesmos ser regulados na quantidade e no valor a despender, de forma a que o orçamento possa abrigar as actividades das múltiplas associações existentes e, muitas delas, com grande qualidade e história.  

Pense nisso, drª. Luisa, senhora Presidente. Entrou no segundo ano do seu mandato e começará a ter necessidade de conviver mais com o tecido associativo, especialmente no que concerne à Cultura, ao Recreio e ao…Desporto.luisa salgueiro

ORFEÃO: PRESIDENTE NO FEMININO

O Orfeão de Matosinhos tem novo presidente, dada a demissão do recentemente eleito. A presidir à colectividade centenária (quase 10 anos) está, desde a noite de ontem, Ana Basilio (era vice-presidente). Trata-se da segunda mulher a ocupar a alta função em 102 anos de vida da associação. Trata-se duma leceirinha de há 50 anos, que tem também Matosinhos por adopção. É uma mulher de armas, destacada personalidade na assessoria da Administração dum conceituado grupo económico, muito dedicada ao mundo da Cultura e da Arte. Em poucas, mas precisas, por conhecedoras, palavras, Ana Basílio deixou a perceber que tudo vai procurar fazer para que o Orfeão de Matosinhos “cante cada vez mais e melhor” nas suas diversas actividades.Para a vice-presidência foi eleita Paula Miranda, uma mulher que é orfeonista há muitos anos e vê no OM a sua segunda casa.

Matosinhos começa a ver as mulheres a assumir lugares de relevo. E o de presidente e vice-presidente  da velhinha colectividade não é menor.

.ana basilio

O AMÍLCAR E MUITOS, MUITOS MAIS!

Ao dar uma volta pelo FB fui encontrar um “post” do meu camarada de profissão – o Amílcar Teixeira, Um jornalista de imagem verdadeiro “fura novidades”, saudoso vizinho do também inesquecível “Gazeta dos Desportos”, que não tardia a convencer o comandante Rodrigues da Costa para o contratar como mais um guerreiro do jornal do Poço dos Negros, enfileirando ao lado do consagrado Lobo Pimentel Junior, do Óscar Saraiva, do Carlos Vidigal e do Raimundo, entre outros. Estava sempre pronto para, tal como um bombeiro, aparecer no logo preciso para “fazer o boneco”. E o Amílcar, publicando uma foto das muitas ocasiões em que nos sentávamos à mesa do restaurante do “Zé” do Pocinho, ali conseguíamos cimentar cada vez mais a razão de ser de um jornal desportivo que apareceu no mercado e foi diferente e percursor das grandes transformações que se seguiram. Por isso o mataram num assalto de concorrência e no qual imperou o dinheiro dos ricaços da imprensa lisboeta. Quantos nomes daqueles que começaram a meu lado e que gostaria de não esquecer nenhum. Por isso fico com eles em pensamento e agradecendo a todos aqueles que, volta e meia, recordam uma fase importante da minha vida e da vida deles.gazeta sempre

BEBER SILÊNCIO

Fomos hoje visitar as nossas raízes no solo do Douro vinhateiro. Acompanhado de mais 33 bons amigos. Pelas estradas fora que ampara o rio e nos empurram para os socalcos que  aqui e ali se somam e fazem montes e montes. Paramos num dos altos patamares verdejantes para saborear umas gotas do Douro. Nós ficamos sentados numa pedra, sós, durante mais de meia hora, fitando o horizonte que parecia não ter fim e ouvir o…silêncio. A quietude do mundo que nos fez sonhar de olhos bem escancarados para a natureza e recuar no tempo, parecendo ouvir lá muito longe os suspiros duma mãe que há muito perdemos. O silêncio prendeu-me naquele ambiente natural. Nem o zum-zum das abelhas. E enquanto  os nossos amigos regressavam da visita à Sandeman, estalando a língua contra o palato a rebuscar a última lágrima do que beberam. Nós estávamos de boca seca, mas sentindo um sabor inesquecível. Beber o silêncio étabuaço magnífico.